A Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que pede o fim dos embargos econômicos dos EUA sobre Cuba.
O placar da votação terminou com 187 votos a favor, incluindo o Brasil. Estados Unidos e Israel foram os únicos países que se manifestaram contra o texto. A Ucrânia representou a única abstenção.
Ao defender o fim do embargo, a resolução ressalta a importância do princípio da "igualdade dos Estados, da não intervenção e da não ingerência em assuntos internos e a liberdade de comércio e navegação internacional".
O texto também cita uma preocupação com a “promulgação e aplicação continuadas" de leis como a norte-americana Helms-Burton (vigente desde o ano de 1996), que tem consequências extraterritoriais para entidades que realizam negócios com Cuba.
O texto votado na assembleia obteve dois votos favoráveis a mais do que no ano passado. Na ocasião, o Brasil se absteve. Após a votação, houve aplausos de pé por parte dos diplomatas presentes na sala.
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Desde 1992, o mais alto órgão deliberativo das Nações Unidas pede aos EUA que encerre as sanções a Cuba.
Bruno Rodríguez Parrilla, ministro das relações exteriores de Cuba, apresentou na última terça-feira (2) a resolução A/78/L5, chamada “Necessidade de acabar com o embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba”. De acordo com o diplomata, “as famílias carecem de bens, existem longas filas, preços excessivamente elevados e o Governo faz grandes esforços para alimentar a sua população”.
Parrilla afirmou que o bloqueio priva a indústria agrícola de fundos para comprar ração animal, equipamentos industriais e outras necessidades para a produção de alimentos. Além disso, o ministro cubano disse que “Cuba está impedida de comprar de empresas norte-americanas e suas subsidiárias em outros países, equipamentos, tecnologias, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos de uso final e, portanto, é forçada a adquiri-los a preços exorbitantes por meio de intermediários ou a substituí-los”.
Autoridades cubanas alegam que cerca de seis décadas de embargo causaram perdas de mais de 159 bilhões de dólares (R$ 795 bilhões, na cotação atual) para a economia do país.
O que diz os EUA
Após a votação, o representante dos Estados Unidos na reunião afirmou que o país apoia a busca do povo cubano por “um futuro com respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”.
Ele também declarou que os embargos são “um conjunto de ferramentas” no esforço mais amplo dos EUA para encorajar Cuba a promover a democracia, o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais.
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