O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, conversou neste sábado (9), por telefone, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A conversa entre os líderes teve como tema a região de Essequibo, na Guiana. O brasileiro afirmou ser importante “evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação”.
Segundo o Palácio do Planalto, os dois falaram sobre a declaração conjunta aprovada na Cúpula do Mercosul, condenando “ações unilaterais”. Além disso, ele transmitiu a preocupação dos países da América do Sul sobre a questão e reiterou que o Brasil está à disposição para apoiar e acompanhar iniciativas de diálogo.
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“O presidente Lula transmitiu a crescente preocupação dos países da América do Sul sobre a questão do Essequibo. Expôs os termos da declaração sobre o assunto aprovada na Cúpula do Mercosul e assinada por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina, Colômbia, Peru, Equador e Chile. Recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz”, disse o governo brasileiro.
A tensão entre Venezuela e Guiana se intensificou por conta de uma disputa territorial pela região do Essequibo. Hoje, o local faz parte do território da Guiana, mas é reivindicada pelo governo venezuelano, que fez um plebiscito na semana passada propondo anexar quase 70% do território da Guiana.
A região é disputada em razão da vasta reserva de petróleo.
Lula voltou a oferecer o Brasil como mediador de um diálogo entre os dois países. “[Lula] Recordou a longa tradição de diálogo na América Latina e que somos uma região de paz. Fez um chamado ao diálogo e sugeriu que o presidente de turno da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Ralph Gonsalves, trate do tema com as duas partes”, afirmou a nota.
Antes da publicação do comunicado sobre o telefonema, Maduro afirmou que Guiana e ExxonMobil, petroleira americana à frente da exploração das reservas em Essequibo, terão que conversar com a Venezuela.
“Guiana e ExxonMobil terão que sentar para conversar conosco, o governo da República Bolivariana da Venezuela. De alma e coração, queremos paz e entendimento. Que o mundo escute, com o Acordo de Genebra, tudo!”, escreveu Maduro.
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