O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (25) a estratégia de vacinação contra a dengue no país.
O Brasil é o primeiro em todo o mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio da baixa quantidade de doses.
Ao todo, a pasta receberá pouco mais de 6 milhões de doses - 5,2 milhões foram compradas do laboratório Takeda e 1,3 doadas. No entanto, o público vacinado vai ser menor, já que são necessárias duas aplicações para a imunização completa em uma janela de três meses. Para 2025, foram contratadas 9 milhões.
Com isso, alguns critérios de priorização foram definidos:
Por estarem entre o público com o maior número de internações pela doença, pessoas de 10 a 14 anos terão prioridade. Também foram incluídos os municípios de grande porte - que são aqueles com mais de 100 mil habitantes - e com classificação de alta transmissão de dengue do tipo 2, assim como as cidades próximas a esses locais.
Ao todo, 521 cidades, que incluem 16 estados e o Distrito Federal, irão receber a vacina. A aplicação das doses deve começar em fevereiro, mas não de maneira uniforme. Isso porque depende da disponibilização delas. As primeiras chegaram no último fim de semana e a previsão é que o volume total seja entregue até dezembro.
Desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, a Qdenga (TAK-003) foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Ela contém vírus vivos atenuados da dengue. Por isso, induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos do vírus.
Leia também: Avião de pequeno porte cai na Grande São Paulo e deixa dois mortos
Esforço conjunto
Presente na coletiva promovida na sede do ministério, em Brasília, Nísia Trindade, ministra da Saúde, esclarece que o enfrentamento à doença deve ser uma soma de esforços. “O combate à dengue é uma ação de governo, mas tem de ser uma ação também de cada cidadão, de cada cidadã. É necessário lembrar que os focos do mosquito estão 75% nas casas”, ressalta.
De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas, do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas 1 a 3 deste ano, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue.
Em 2023, houve a notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos. O documento de acompanhamento do cenário nacional foi uma das iniciativas disponibilizadas para o monitoramento estratégico.
Outras ações estratégicas iniciadas ainda em 2023 para o enfrentamento da doença foram promovidas, como novas campanhas de mobilização social, repasse de R$ 256 milhões para todo o país, qualificação de 12 mil profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, assim como o reabastecimento de testes diagnósticos e normalização dos estoques de inseticidas.
Leia também: Ministério da Saúde define as 521 cidades que receberão a vacina contra dengue
REDES SOCIAIS