Dados da pesquisa nacional de violência contra a mulher da DataSenado de 2023 revelou que três em cada 10 mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem. Além disso, 46% das entrevistadas consideram que não são tratadas com respeito no trabalho e nem em casa.
O estudo entrevistou mais de 21 mil mulheres com mais de 16 anos em todos os estados brasileiros, incluindo mulheres transgênero.
“Os homens são a maioria absoluta e os cônjuges parceiros são os maiores agressores. Mais de 50% das mulheres que são agredidas por homens são agredidas pelos parceiros. Isso para mim é muito chocante”, afirma Isabela Lima, chefe de serviço de pesquisa e análise do DataSenado.
A pesquisa também mostra que a Lei Maria da Penha, uma das mais modernas do mundo quando o assunto é o combate à violência contra a mulher, é desconhecida para maior parte das brasileiras. Ao todo, 75% delas afirmam conhecer pouco ou nada da legislação. Além disso, 70% dizem que o medo do agressor cala qualquer possibilidade de denúncia.
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“Dentre as mulheres que sofreram violência nos últimos 12 meses, apenas 39% denunciaram na delegacia comum ou na delegacia da mulher. Ou seja, 61% dessas mulheres não denunciaram. Isso é um problema tanto do ponto de vista da mulher, que fica desassistida, e do ponto de vista das autoridades, que perdem a oportunidade de mapear violência e agir naquele local e compreender”, completa Lima.
Para que o gênero deixe de ser motivo de morte no país, a antropóloga Carmen Pires explica que é necessário investir na educação e formação de meninos.
“Acho que a gente precisa ter a conversa sobre a masculinidade, sobre o que é ser um homem de verdade, qual é o lugar da masculinidade na questão do autocontrole dessa aceitação”, diz Pires.
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