Convidado da bancada do Jornal da Cultura desta sexta-feira (1º), o jornalista e doutor em ciência política Leonardo Sakamoto fez ressalvas ao crescimento de 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2023, dado divulgado pelo IBGE hoje.
“O crescimento do PIB está trazendo prazer para quem? Para o mesmo grupo de pessoas que está acostumado com um Brasil forjado na ideia de fazer o bolo crescer e só depois dividir, e essa divisão na verdade nunca acontece, ou a gente está conseguindo distribuir essa riqueza à medida que ela cresce? Dados mostram que, do ano passado pra cá, a gente tá com uma inflação dentro da meta, uma redução de juros, houve um aumento na renda média, o salário mínimo teve ganho real, coisa que não acontecia no governo Bolsonaro, e o desemprego está em queda de 7,8%. São boas notícias. Só que, considerando o estoque de pobreza no Brasil, ainda é muito pouco”, disse.
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A soma total de bens e serviços produzidos no Brasil cresceu pelo terceiro ano seguido. O resultado foi puxado principalmente pelo recorde na agropecuária, aumento das exportações e o consumo das famílias brasileiras.
“A gente está universalizando a educação, mas a educação não tem qualidade, a gente tem um SUS que tem que ser defendido com unhas e dentes mas, ao mesmo tempo, na hora de injetar dinheiro da saúde querem tirar, ou seja, cresce a arrecadação mas esse dinheiro não vai necessariamente para os mais pobres”, com.
O jornalista também defendeu a taxação de super ricos como uma forma de diminuir a desigualdade social.
“É preciso taxar os bilionários para pegar esse crescimento [do PIB] e distribuir para a população”.
Saiba mais sobre o tema na matéria que foi ao ar esta sexta-feira (1º) no Jornal da Cultura:
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