De acordo com a imprensa italiana, o Papa Francisco afirmou em uma reunião a portas fechadas na última segunda-feira (20) que "já existe bichice demais" em seminários. Segundo os meios de comunicação da Itália, o Papa teria pedido a bispos italianos que não aceitassem padres abertamente gays nas igrejas.
Os jornais La Repubblica e Corriere della Sera noticiaram que o termo usado pelo Papa foi "frociaggine", utilizado para ofender pessoas da comunidade LGBTQIA+.
Segundo a Ansa, agência italiana de notícias, a palavra usada pelo pontífice teria surpreendido os mais de 200 presentes.
Na matéria do Corriere della Sera é relatado que alguns bispos não identificados sugeriram que o fato de Francisco ser argentino poderia fazer com que ele não tenha percebido que o termo em italiano representa um xingamento.
O Papa Francisco é apontado como uma liderança católica “progressista” em relação às pessoas LGBTQIA+. No início de seu papado, em 2013, disse a frase "se uma pessoa é gay e busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?".
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Dez anos depois, em 2023, ele afirmou que "a homossexualidade não é crime" e autorizou a bênção a casais do mesmo sexo.
Apesar de ações e falas em favor de homossexuais, em 2018, disse a bispos italianos para examinarem cuidadosamente os candidatos ao sacerdócio e rejeitarem quaisquer suspeitos de serem gays.
Já em 2021, o pontífice se manifestou contra um projeto de lei na Itália que tinha como objetivo combater a homofobia.
Em outra oportunidade, neste ano, o Papa classificou estudos de gênero e a mudança de gênero como "ideologias horríveis" que ameaçam a humanidade.
Até o momento, o Vaticano não se manifestou sobre a fala do Papa.
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