Padre Julio Lancellotti critica projeto de lei que burocratiza doação de comida: “pão tem gosto de amor, não de multa”
Câmara Municipal de São Paulo aprovou PL que visa instituir uma multa de R$ 17 mil para quem não cumprir regras de doação de alimentos na capital
28/06/2024 11h42
O padre Julio Lancellotti usou as redes sociais nesta sexta-feira (28) para responder ao Projeto de Lei (PL) que burocratiza a doação de comida na cidade de São Paulo. Ele criticou a proposta aprovada na Câmara Municipal e afirmou que Jesus seria multado nos dias de hoje.
“Partilhar alimento e partilhar o pão é como Jesus fazia e nos ensinou. O pão é para ser partilhado, porque pão partilhado tem gosto de amor, e não de multa. Nós queremos pão para todos, como direito e vida”, afirmou em vídeo.
O padre ainda publicou uma foto de Jesus Cristo recebendo uma multa de R$ 17 mil e e disse que o projeto vai contra o Evangelho.
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O autor do projeto é o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), cofundador e ex-membro do Movimento Brasil Livre (MBL). O texto define regras para a doações de alimentos. Há normas para organizações não governamentais (ONGs) e para pessoas físicas.
Segundo o projeto, as pessoas físicas que quiserem doar alimentos a cidadãos que se encontram em situação de rua precisam limpar toda a área onde será realizada a distribuição dos alimentos e disponibilizar utensílios como tendas, mesas, cadeiras, talheres e guardanapos, por exemplo, assim como pedir autorização para a Secretaria Municipal de Subprefeituras e para a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS). Todos os voluntários presentes na ação também precisam estar cadastrados juntamente à SMADS.
Já as ONGs precisam, além dos critérios já citados, ter sua razão social registrada e reconhecida por órgãos competentes, apresentar um documento atualizado com informações sobre seu quadro administrativo, identificar os voluntários com crachás, autenticar os documentos em cartório e cadastrar as pessoas em situação de vulnerabilidade social.
A multa para quem não cumprir as regras pode chegar até R$ 17 mil.
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