Após mais de seis anos do assassinato de Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz enfrentam júri popular.
Iniciado nesta quarta-feira (30), o julgamento deve durar mais de um dia, com o depoimento de nove testemunhas, além dos réus e dos advogados de defesa. A população pode acompanhá-lo ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no YouTube e nos canais do Instituto Marielle Franco.
Acusados de executar o crime, a dupla está detida em unidades fora do estado e participa da sessão por videoconferência. Atualmente, Lessa se encontra no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, enquanto Queiroz, no Complexo da Papuda, em Brasília.
Entre as testemunhas, sete foram indicadas pelo Ministério Público (MP), incluindo a viúva de Anderson Gomes, a mãe de Marielle Franco e a assessora dela que sobreviveu ao ataque. Outras duas testemunhas foram relacionadas pela defesa de Lessa.
Em nota, a entidade fundada após a morte da vereadora afirma que o início do julgamento marca o fim de uma longa espera: “Após seis anos de uma busca incansável por justiça, o momento que tanto esperamos está próximo [...] A nossa força nos trouxe até aqui e nesse mês a justiça, enfim, vai começar a ser feita”.
Voz expressiva na defesa dos direitos humanos, Marielle Franco foi assassinada no Rio de Janeiro em 14 de março de 2018. O veículo em que estava foi alvejado com vários disparos quando retornava de um evento sobre mulheres negras na Lapa. Assim como ela, o motorista também foi atingido e não resistiu aos ferimentos.
Ronnie Lessa é acusado de ser o autor dos disparos, enquanto Élcio Queiroz teria dirigido o carro usado na execução. Ambos estão presos desde 2019. Na terça-feira (29), o MP-RJ informou que pretendia solicitar ao júri que os dois fossem condenados com a pena máxima prevista para os crimes, que somaria 84 anos de prisão.
“Os dois [Lessa e Queiroz] foram denunciados pelo GAECO/MPRJ por duplo homicídio triplamente qualificados, um homicídio tentado, e pela receptação do [automóvel] Cobalt utilizado no dia do crime, ocorrido em 14 de março de 2018″, sintetiza em um comunicado.
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