A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) entregaram oficialmente ao Brasil nesta segunda-feira (11) o certificado de eliminação livre da filariose linfática, doença popularmente conhecida como elefantíase.
O documento foi recebido pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. A entrega foi realizada pela Opas, braço da OMS na América.
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Durante a cerimônia, Nísia Trindade afirmou que doenças como a filariose linfática não apenas refletem as desigualdades sociais como causa, como também reforçam as condições de pobreza. “São causas e são efeitos ao mesmo tempo. Por isso, esse momento é tão especial."
A filariose linfática ou elefantíase permanecia endêmica no Brasil apenas na região metropolitana do Recife, em locais como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista. Segundo o Ministério da Saúde, o último caso da doença confirmado foi registrado em 2017.
Causada pelo verme nematoide Wuchereria Bancrofti, a doença é transmitida pela picada do mosquito Culex quiquefasciatus, conhecido como pernilongo ou muriçoca, infectado com larvas do parasita. Entre as manifestações clínicas mais importantes estão edemas ou acúmulo anormal de líquido nos membros, nos seios e na bolsa escrotal.
Agora, Brasil se une a mais 19 países e territórios também certificados pela eliminação da filariose linfática como problema de saúde pública: Malawi, Togo, Egito, Iêmen, Bangladesh, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Camboja, Ilhas Cook, Quiribati, Laos, Ilhas Marshall, Niue, Palau, Tonga, Vanuatu, Vietnã e Wallis e Futuna.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou que esta é uma conquista importante e que exige um compromisso inabalável.
“Parabenizo o Brasil pelo esforço para livrar seu povo do flagelo dessa doença dolorosa, deformadora, incapacitante e estigmatizante. Esse é outro exemplo do incrível progresso que temos alcançado contra as doenças tropicais negligenciadas. E dá esperança de que é possível eliminar essa doença em muitas outras nações que ainda enfrentam a filariose linfática”.
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