A queda do real frente ao dólar pode se repetir ao longo dos próximos quatro anos da administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Para analistas internacionais, a imprevisibilidade do próximo ocupante da Casa Branca deve tornar os mercados mais instáveis e as moedas mais voláteis.
A alta no mundo se deve ao fato de que Trump receberá de Joe Biden a economia em crescimento, contra as projeções dos analistas, que se enganaram ao prever uma recessão.
Quando a economia é mais robusta, os investidores tendem a serem atraídos por esta economia mais forte, e, consequentemente, a procura pelo dólar aumenta, é o que explica a economista do Centre for Economics and Business Research Hafsa Haniffa.
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Há um paradoxo na economia internacional, que deve beneficiar o dólar quando a economia americana sofrer por problemas causados pelas medidas da administração de Trump. O presidente eleito promete reduzir impostos para aumentar o consumo, aumentar tarifas de importação e reduzir mão de obra expulsando imigrantes.
"As taxas de juros nos Estados Unidos ainda estão altas comparado a antes da pandemia. Se medidas como o aumento das tarifas se concretizarem, é provável que haja uma maior inflação e o FED (Banco Central dos EUA) terá que manter os juros altos por mais tempo, garantindo mais uma vez a procura por dólar, que tem a vantagem de ser considerado uma moeda refúgio”, explica Hafsa.
A tendência de alta procura por dólar afasta investidores estrangeiros de países emergentes como o Brasil. Isso torna mais difícil financiar déficits públicos. Se quiser vender títulos para cobrir os gastos, o Brasil terá que subir juros, podendo, no limite, causar recessão.
Saiba mais sobre o tema na matéria do Jornal da Cultura desta quinta-feira (28):
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