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Reprodução: Pexels
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O uso crescente de smartphones, redes sociais e jogos on-line por parte de crianças e adolescentes tem gerado preocupação entre especialistas, que alertam para os impactos do vício em telas na saúde mental. Dados da Common Sense Media, organização que avalia e classifica conteúdos para crianças, indicam que os jovens passam, em média, mais de sete horas por dia em frente a telas.

O tempo excessivo gera um ciclo vicioso de busca constante por estímulos digitais, alimentado por picos de dopamina, o "hormônio do prazer".

De acordo com a biomédica Telma Abrahão, especialista em neurociências e desenvolvimento infantil, "o cérebro das crianças e adolescentes está em uma fase crítica de desenvolvimento, e a sobrecarga de estímulos digitais interfere na regulação natural dos neurotransmissores, em especial a dopamina. O que deveria ser um mecanismo de prazer natural se transforma em um comportamento compulsivo, criando um vício".

A dopamina, que é liberada ao receber notificações ou likes nas redes sociais, gera uma sensação momentânea de prazer. No entanto, o excesso dessa estimulação acaba desregulando os mecanismos naturais do cérebro, levando à falta de motivação, dificuldades de concentração e até sintomas de depressão. 

"Os jovens começam a buscar estímulos digitais cada vez mais fortes para alcançar o mesmo nível de prazer, o que leva a um ciclo difícil de romper", explica Telma.

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Além do impacto emocional, o uso excessivo de telas está diretamente relacionado a uma desconexão social. Crianças e adolescentes, em vez de desenvolverem relacionamentos reais e aprenderem a regular suas emoções, substituem essas interações por um consumo contínuo. A falta de afeto e conexão humana, segundo a especialista, tem contribuído significativamente para o aumento de diagnósticos de ansiedade e depressão entre os jovens. 

"A ausência de vínculos afetivos saudáveis no desenvolvimento infantil prejudica a formação emocional e social, o que facilita o surgimento de transtornos psicológicos", alerta a especialista.

O problema não é apenas emocional. Estudos também associam o vício em telas a uma diminuição do tempo de sono, queda no desempenho acadêmico e aumento de comportamentos agressivos. Quando somado à falta de um ambiente familiar que promova afeto e presença, o risco de transtornos psicológicos se amplifica, criando um ciclo vicioso ainda mais difícil de quebrar.

Telma Abrahão enfatiza que a solução para esse problema exige uma mudança cultural. "Precisamos resgatar hábitos saudáveis, incentivando atividades físicas, interações reais e momentos de qualidade em família. O foco deve ser, mais do que reduzir o tempo de tela, promover conexões humanas que fortaleçam a autoestima, a resiliência e o equilíbrio emocional dos jovens."

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