O preço da carne vermelha subiu mais de 20% no último ano, bem acima da inflação. O tarifaço aplicado pelos EUA gerou expectativa de queda. No entanto, os valores continuam em alta. Na prática, o quilo aumentou quatro vezes mais do que a inflação no período, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP.

Analistas apostavam que a maior oferta de carne no mercado interno ajudaria a segurar os preços. Porém, ocorreu o contrário e as exportações continuaram batendo recordes.

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Em agosto, a venda internacional de carne bovina aumentou 20,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado. Enquanto os Estados Unidos registraram queda de 51% nas compras, a China ampliou suas aquisições em 54%.

O coordenador do Centro de Estudos de Economia Aplicada da USP, Thiago Bernardino, afirma que parte da alta nos preços também é explicada pela estiagem típica desta época do ano, que resulta em menos pasto para o gado. Ainda segundo ele, não há expectativa de custos mais baixos nos próximos meses.

Em nota, a  Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) afirma que o aumento do preço no mercado interno não tem relação com as exportações, mas sim com os custos de insumos, energia, transporte, política interna, alta dos juros e recomposição de margens.