O futuro das gerações yanomami é objeto de um estudo produzido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Depois da crise humanitária causada pelo garimpo ilegal na terra indígena, jovens e crianças ainda sofrem com doenças como malária e gripe.
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O novo relatório indica que 75% dessa população, cerca de 31 mil pessoas, têm menos de 30 anos. Os dados mostram que é preciso voltar a olhar com atenção para as condições de vida e saúde deles.
“Esse estudo é importante principalmente para que órgãos governamentais e não governamentais possam ter um meio de ter traduções e pontes entre a especificidade da infância e juventude de Yanomami e os serviços ofertados por essas organizações”, diz a Maria Machado, co-autora do estudo do Unicef.
O estudo da Unicef foi realizado em parceria com as Associações Hutukara e Urihi. Ele mostra que nas aldeias, o cuidado com as crianças é comunitário.
Em 2023, as imagens de crianças yanomami doentes e desnutridas chocaram o mundo. Doenças evitáveis como pneumonia e malária abreviaram 514 pessoas. Mais da metade delas tinha menos de quatro anos. À época, 20 mil garimpeiros ocupavam ilegalmente o território yanomami.
O governo federal decretou emergência em saúde pública no território e adotou ações emergenciais para reestruturar o sistema de saúde. Mas segundo as lideranças indígenas, as ameaças permanecem.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2019 e 2022, 570 crianças com menos de cinco anos morreram de causas evitáveis, um aumento de quase 30% em relação aos quatro anos anteriores. Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), foram 692 mortes de crianças com até nove anos.
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