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Reprodução | DC Comics
Reprodução | DC Comics

OK, você provavelmente já sabe disso: o primeiro filme solo do Flash para o cinema estreou semana passada aqui no Brasil. Temos, mais uma vez, Ezra Miller como Barry Allen – ele já viveu o papel no cinema ('Batman vs Superman: A Origem da Justiça', 'Esquadrão Suicida' e 'Liga da Justiça') e na TV ('Arrow' e 'Pacificador').

Para mim, será interessante ver duas horas com um dos meus personagens favoritos em cena – no momento em que escrevo esta coluna, ainda não vi. Não é à toa que é um dos personagens que mais gosto: o Flash é um personagem que teve a sorte de contar com ótimos roteiristas, que tiveram tempo de desenvolver o personagem por anos, não apenas meses, como é mais comum – Mark Waid, por exemplo, ficou com o personagem de 1992 a 2000.

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Se você não está muito familiarizado com o Flash, não custa fazer uma pequena introdução. Nos quadrinhos da DC Comics, cinco personagens já usaram este codinome, todos eles com o poder da supervelocidade: Jay Garrick (o primeirão!); Barry Allen (o mais famoso; esta é a versão que inspirou o filme com Ezra Miller e o seriado com Grant Gustin); Wally West (sobrinho do Barry); Walter West; e Bart Allen (neto do Barry). Isso, claro, sem falar na Flash chinesa e nas dezenas (sim, dezenas) de Flashes de outras dimensões ou possíveis futuros.

São oito décadas de histórias. Selecionei as minhas favoritas e as vou apresentar sucintamente, no ritmo levemente apressado que o Flash (qualquer um dos cinco) tanto gosta.


1940 – 'O Flash', de Gardner Fox e Harry Lampert

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Quando o Superman surgiu, em 1938, inspirou dezenas (literalmente) de super-heróis nos cinco anos seguintes. Da maioria, ninguém lembra o nome, mas o roteirista Gardner Fox acertou ao criar Jay Garrick, o Flash, um herói inspirado em Hermes, o deus grego da mitologia – principalmente pela supervelocidade, claro, mas até na aparência: Garrick usa o mesmo chapéu com asas associado ao deus helênico.


1956 – 'O mistério do relâmpago humano!', de Robert Kanigher e Carmine Infantino

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O gênero dos super-heróis perdeu popularidade após o fim da Segunda Guerra Mundial. Poucos personagens – Superman e Batman – ainda faziam sucesso, mas só. Após uma década de vendas minguadas, a DC voltou a investir no gênero, na segunda metade dos anos 50. Mas, em vez de reviver os personagens da “Era de Ouro” dos super-heróis (1938 a 43) ou partir do zero com novas criações, optou por um meio-termo. Assim, alguns codinomes foram reaproveitados, com novos uniformes e identidades secretas – foi assim com o Lanterna Verde, o Gavião Negro, o Átomo e o homem mais veloz do mundo. O Flash, agora, era Barry Allen, e seu icônico uniforme vermelhão seria usado por todos os que herdassem seu codinome a partir daquele instante.


1961 – 'Flash de Dois Mundos!', de Gardner Fox (de novo!) e Carmine Infantino (de novo também!)

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Barry Allen já vivia suas velozes aventuras havia cinco anos quando a DC resolveu responder à pergunta: afinal, o que aconteceu com Jay Garrick, o primeiro Flash? Aposentou-se? Morreu? Nunca existiu? Nenhuma das anteriores: continuava ativo e era o único Flash vivo... de sua dimensão. A mente criativa de Gardner Fox premiou, assim, os leitores de super-heróis com o conceito de dimensões paralelas – ou seja, o multiverso hoje muito mais famoso pelo Universo Cinematográfico Marvel.

1979 – 'Perseguição Até o Fim dos Tempos!', de Martin Pasko e José Luis García-López

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De quando em quando, a DC publica uma história especial em que Flash e Superman disputam uma corrida para ver quem é o mais veloz (isso já apareceu até no cinema, no filme da Liga da Justiça). Para mim, a mais divertida (e psicodélica) destas disputas é esta, em que não apenas eles correm no espaço como no tempo... em direção ao futuro.

1983 – 'O Julgamento do Flash', de Cary Bates e Carmine Infantino (terceira vez!)

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O que a história anterior tem de divertida, esta tem de trágica. Barry Allen enfrenta, duas vezes, os maiores dramas de sua vida – um, envolvendo sua eterna amada, Iris West; o outro, com um de seus maiores rivais (para mim, o maior): o Flash Reverso. Segundo o site Guia dos Quadrinhos, esta saga é inédita por aqui.


1985 – 'Um Clarão de Relâmpago!', de Marv Wolfman e George Pérez

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Mais uma história trágica na mitologia do Flash. Diante do violão Antimonitor, uma criatura com poderes divinos que controla um universo inteiro, Barry Allen tem a dificílima tarefa de salvar não uma pessoa, ou uma cidade, ou um país, ou uma planeta (!), ou um universo (!!!), mas o multiverso inteiro. O sacrifício de Barry Allen foi inesquecível para quem lia quadrinhos em meados dos anos 80.

1994 – 'Velocidade Terminal', de Mark Waid e vários autores

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Assim que Barry Allen morreu, seu sobrinho Wally West, que até então agia como o herói Kid Flash, assumiu seu codinome e uniforme (ou seja, o terceiro a usar o uniforme escarlate). Por anos, vimos bons roteiristas mostrarem o amadurecimento do jovem herói. Aqui, em 'Velocidade Terminal', Wally lidera outros velocistas como ele – inclusive o agora aposentado Jay Garrick, o primeiro Flash, e o iniciante Bart Allen, que virá a ser o quinto Flash – em uma aventura que, além de bem escrita, introduz um conceito hoje indissociável da mitologia do Flash: a Força da Aceleração, a misteriosa dimensão/energia/entidade que confere poderes aos super-seres velocistas da DC.

1999 – 'Futuro Relâmpago', de Mark Waid (de novo!), Brian Augustyn e Paul Pelletier

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Nunca o fato de o Flash ser capaz de viajar no tempo graças à sua velocidade foi tão bem explorado. Aqui, Wally West enfrenta uma ameaça poderosíssima que atravessa os séculos. Para tanto, recruta os sucessores do manto do Flash (a maioria, descendentes seus) até o século 30. Ação, humor, homenagens e... dramas. De quebra, o surgimento de Walter West, o quarto Flash.


2009 – 'Renascimento', de Geoff Johns e Ethan Van Sciver

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Assim como seu antecessor, Mark Waid, o roteirista Geoff Johns ficou anos e anos à frente do Flash, em uma reconhecida boa fase. 'Renascimento' é meu momento favorito dela – afinal, temos o retorno de ninguém menos do que Barry Allen, 24 anos após sua morte!


2019 - 'Em Frente', de Scott Lobdell e Brett Booth

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Se Barry Allen voltou dos mortos e Wally West ainda está vivo, quem é o Flash? A DC se embananou inteira e cometeu alguns erros editorias, meio que deixando Wally West no esquecimento (a maneira como ele foi deixado de lado foi duplamente tosca). A minissérie 'Em Frente' foi a redenção de Wally – mas, em vez de viajar no tempo, ele teve diversas aventuras por dimensões paralelas... um ótimo retorno ao protagonismo que ele merece.

E daí que há dois Flashes (Barry Allen e Wally West) correndo por aí? Se as histórias são boas, que continuem!

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