O Comitê Paralímpico Internacional (CPI) anunciou, nesta segunda-feira (16), que a equipe do Afeganistão não participará dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, porque não consegue sair do país desde que o grupo extremista Talibã retomou o poder.
Apenas dois afegãos estavam programados para competir: os atletas de taekwondo Zakia Khudadadi e Hossain Rasouli. Khudadadi seria a primeira afegã a representar o país em uma Paralimpíada. O acontecimento seria um grande feito, já que o Talibã é contrário à presença de mulheres nos esportes.
"Muito obrigado. Era um sonho para o Comitê Paralímpico do Afeganistão comparecer aos Jogos Olímpicos, mas nas atuais circunstâncias, se tornou praticamente impossível. Rezem por nós", escreveu no Twitter Arian Sadiqi, designado como chefe da delegação afegã em Tóquio, em resposta a usuários que torciam para que os atletas pudessem viajar.
No último domingo (15), após o cerco na capital Cabul, o Talibã tomou o controle do palácio presidencial do Afeganistão e assumiu o controle do país. O grupo extremista, que defendia uma rendição pacífica do governo, tomou o poder após a fuga do presidente Ashraf Ghani.
Ele usou as redes sociais para se posicionar após os acontecimentos. Ghani justificou a saída do país para evitar um banho de sangue. Além disso, afirmou que "incontáveis patriotas seriam martirizados e a cidade de Cabul seria destruída" se permanecesse.
O cerco do Talibã na capital do Afeganistão aconteceu 20 anos depois do grupo extremista ser expulso pelas tropas americanas. Os Estados Unidos invadiram o país dias após os ataques de 11 de setembro de 2001. Desde então, o grupo ficou fora do poder. Apenas com a saída das tropas americanas, ele tomaram o governo.
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