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Se no programa anterior eu trouxe um olhar para o rock progressivo, com toda complexidade sonora e rítmica, hoje trago sua antítese. A crueza, a rispidez e a velocidade avassaladora do Punk Rock são lançadas como um coquetel molotov nesse episódio do programa. O discurso tem a explosão revolucionária da revolta, da luta de classes, da contestação ao sistema e das injustiças sociais. Foi assim na Inglaterra, foi assim no Brasil. Um grito ensurdecedor do proletariado periférico contra o sistema economicamente e socialmente opressor.
O levante Punk é estético e é resistência.
As referências externas vinham da Grã-Bretanha, especificamente da Inglaterra nos sons do Clash, Buzzcocks, Sex Pistols, GBH, Discharge e antes até dos Estados Unidos com Stooges, MC5 e Ramones.
A coisa começou a ecoar por aqui quando já ia esfriando na Inglaterra. Foi no final dos anos 70, início dos 80, que vários grupos começaram a pipocar pelos bairros da zona norte de São Paulo e pelo ABC Paulista. Dois fatores decisivos para esse pontapé nas estruturas do stablishment aconteceram no ano de 1982, o lançamento da coletânea “Grito Suburbano” e o festival “Começo Do Fim Do Mundo” que aconteceu no Sesc Pompéia em São Paulo, idealizado pelo escritor, dramaturgo e inquieto agitador cultural Antônio Bivar.
Era o momento em que não se esperava nada, nem ninguém. O que valia era o faça você mesmo!
Ajudam a contar essas histórias, os depoimentos de Clemente Nascimento (Inocentes, Plebe Rude) e João Gordo (Ratos de Porão) que falam sobre a cena de São Paulo. Carlos Gerbase (Replicantes) comenta sobre o movimento em Porto Alegre, enquanto Dinho Ouro Preto (Capital Inicial) e Phillipe Seabra (Plebe Rude) contextualizam sobre as bandas de Brasília.
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