O que é possível fazer com um peso de 200 kg?

Quanto pesam os maiores halteres da academia que você frequenta? Geralmente, é difícil de se achar pesos superiores a 80 kg caso você queira praticar musculação em um lugar “normal”.

No entanto, o halter mais pesado do mundo – até onde se tem notícias – atualmente se encontra na Mooca, zona leste de São Paulo.

Recentemente, um halter de 200 kg chegou na “Dark House”, o centro de treinamento (CT) voltado a fisiculturistas patrocinados pela Integralmédica e pela Darkness, empresas pertencentes ao grupo brasileiro BRG.

Diante desse colosso, levanta-se diversas perguntas, como por exemplo: O que é possível fazer com esse peso? Como funcionou a logística para fazer e transportar esse halter? Quanto esse equipamento custou? Por que ter um aparelho assim em uma academia?

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o diretor geral do CT, Mario Feijó, responde essas questões e explica onde esse halter se encaixa nos planos do time.

De onde surgiu a ideia

A expectativa dos idealizadores é de que a Dark House seja o melhor CT voltado ao fisiculturismo no Brasil. Não é à toa que, além de uma academia de musculação, o espaço conta com salas voltadas a fisioterapia, gravação de podcast, alimentação dos atletas, etc. Foi dessa visão que saiu a ideia de ter o halter mais pesado do mundo.

“A gente já tinha notícias de halteres de 150 kg, 160 kg. Como o nosso conceito aqui é ser o maior e melhor centro de alta performance voltada para o fisiculturismo do Brasil, a gente quis buscar coisas inéditas. A missão que o Filipe Bragança - CEO da Integralmédica - me deu foi de buscar algo com que a gente pudesse explorar a maior performance dos atletas. Fui atrás de coisas inéditas, e aí eu tive a ideia de buscar um dumbbell (“halter” em inglês) de 200 kg”, explica Feijó.

Logística e preço

Diversas academias ao redor do planeta, assim como a própria Dark House, já contavam com halteres de 120 kg ou 150 kg, por exemplo, o que já é incomum. Mas um peso de 200 kg implica em diversas questões, como o equilíbrio da peça e a firmeza do local onde se segura o equipamento.

“A gente tinha uma questão dinâmica de fazer aquilo ter um equilíbrio, de não romper a parte onde se segura o peso no meio movimento. Então demorou três meses para ser produzido. É muito difícil até tirar do chão com as duas mãos - isso, já no caso de uma pessoa forte”, conta o diretor do CT.

Bem como a questão logística, a parte financeira também não é simples para quem deseja ter o halter mais pesado do mundo. O profissional também apontou os cálculos feitos para se obter a peça: “Para você se basear, uma anilha de 20 kg custa, em média, de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil atualmente. Então, se você multiplicar por 10, a gente está falando de um halter que fica de R$ 10 mil a R$ 12 mil.”

Motivo

Apesar de um halter de 200 kg não ser prático em um ambiente de musculação, ele é útil em situações específicas. No caso de atletas de alta performance, ele pode servir como motivação: “Tem muitas coisas dentro do fisiculturismo que são aspiracionais. Eu acho que a gente ter um halter desse gera um desejo. Isso gera um objetivo na cabeça do atleta. Então eu não vou dizer que é uma coisa usual do dia a dia. É muito mais para trabalhar com o psicológico do atleta, de ele se colocar em desafio”.

“É um gatilho mental. É mais isso do que um equipamento de uso diário, corriqueiro. É como se fosse realmente uma joia que fica ali a pessoa olha, admira e pode ter a opção de, em algum momento, ali usar ela. É como se fosse a última fase de um jogo de videogame”, completa Feijó.

O que se faz

Um halter com esse peso, logicamente, não é utilizado normalmente. O CT, inclusive, encomendou apenas um, e não o par, como de costume.

De início, ele foi pensado apenas para um exercício de costas: a remada unilateral. Feijó diz que apenas três atletas do time conseguiram fazer a “famosa remada ‘serrote”.

Ao ser questionado se há a possibilidade de outro exercício, o profissional indica: “O que talvez é para fazer com esse halter (além da remada) seria o agachamento sumô, usando, de repente, um suporte em forma de triângulo. É a única outra coisa que eu vejo como possível de ser feita. Eu não vejo mais outra opção.”

Veja algumas fotos do halter:

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