Jair Bolsonaro falou nesta terça-feira (15) sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz na conta de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Durante a inauguração da Torre do Relógio da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), o presidente concedeu entrevista ao programa de José Luiz Datena na Rede Bandeirantes e respondeu sobre as denúncias de uso indevido da Abin para a defesa de Flávio Bolsonaro.
"É meu filho, sei que tem a ver com ele. Sempre torci que fosse um processo justo, mas isso não está sendo feito. A pressão em cima do meu filho é para me atingir. Não é só em cima do meu filho, é em cima de esposa, ex-mulher, outros filhos, parentes meus, amigos. Essa questão da Abin... Estive com o general Heleno e perguntei se alguma coisa foi feita, ele falou que não", disse.
Reportagem divulgada pela revista Época na última sexta-feira (11) apontou a produção de pelo menos dois relatórios pela Abin com o intuito de auxiliar a defesa de Flávio no caso das 'rachadinhas'. O envolvimento do presidente e do órgão federal no processo já era também alvo de notícia-crime encaminhada à PGR por Ricardo Lewandowski, do STF.
Bolsonaro citou as denúncias que apontam o recebimento, por meio de cheques, de R$ 89 mil por Michelle, depositados por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e também acusado de envolvimento no esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Para ele, Queiroz está sendo "injustiçado".
"Aqueles cheques, em torno de 10 anos, foram para mim, não foram para ela. Divide aí R$ 89 mil por 10 anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus. O Queiroz pagava contas minhas também. Era de confiança. Está com esse processo agora. Eu não tenho conversado com ele. Ele está sendo injustiçado. Tem que ser investigado e dar a devida pena se for culpado. Parece que o maior bandido da face da Terra é o senhor Flávio Bolsonaro. Se tem a sua culpa, se apura e se pune, mas não dessa forma, tentando me atingir politicamente", afirmou.
Entenda o caso
O filho do presidente Jair Bolsonaro foi denunciado no dia 4 de novembro pelo MPRJ. A acusação é de desvio de recursos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Para o órgão, Flávio era o líder, na época em que foi deputado estadual, de uma organização criminosa que coletava parte dos salários de funcionários do parlamentar.
Também foram denunciados Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, e outros 15 investigados. O filho do presidente responderá por de lavagem de dinheiro, peculato, organização criminosa e apropriação indébita no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
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