O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, depõe na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta terça-feira (11). O depoimento de Barra Torres estava previsto para ser realizado na última quinta-feira (6), após o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, depor. No entanto, foi adiado para hoje.
Um dos assuntos de destaque do depoimento de Barra Torres foi a proposta de alteração da bula da cloroquina. Ele foi questionado sobre a declaração do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que deu depoimento à CPI na semana passada. Mandetta disse que viu em uma reunião no Palácio do Planalto, no ano passado, uma minuta de decreto presidencial para mudar a bula da cloroquina e incluir que o remédio poderia ser usado no tratamento de Covid.
Barra Torres, por sua vez, respondeu à questão levantada pelo relator Renan Calheiros e confirmou que a reunião ocorreu no Palácio do Planalto, mas disse que não tem conhecimento de quem efetivamente partiu a proposta: "Não tenho informação de quem era o o autor, quem teve a ideia".
"Esse documento foi comentado pela Dra. Nise Yamaguchi", afirma. "Quando houve uma proposta, isso me causou uma reação mais brusca. Isso não tem cabimento, isso não pode".
O presidente da Anvisa disse ainda que, na sua opinião, o tratamento precoce contra a Covid-19 não deveria usar cloroquina. "Estudos apontam a não eficácia [da cloroquina]. Até o momento as informações vão contra o uso".
Sputnik V
Barra Torres também foi questionado sobre a vacina russa, que teve a importação vetada pela Anvisa no último dia 26 de abril.
Segundo o presidente da agência, a autorização para uso emergencial da Sputnik V está em análise, mas o processo está parado, aguardando documentação.
"É uma questão regulatória. Não está em questão a relação entre Brasil e Rússia. Não espero, de maneira nenhuma, que impacte o entendimento entre os países", afirma.
Covaxin
Questionado sobre o motivo da Anvisa ter negado o certificado de boas práticas à Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, Barra Torres explicou que faltou demostrar a validação da inativação da vacina e que não foi demostrada ações necessárias para garantir a esterilização do produto, entre outros pontos. Ele admitiu, no entanto, que há possibilidade do órgão reavaliar e regularizar a Covaxin no Brasil.
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