Em coletiva de imprensa, do lado de fora da sessão da CPI da Covid desta sexta-feira (18), o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou os nomes das testemunhas que serão investigadas por possíveis omissões durante a pandemia.
Ao lado de Calheiros, participam o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o senador Humberto Costa (PT-PE). Os três fazem parte da cúpula do chamado "G7", o grupo de parlamentares da oposição e da ala independente, mas que é crítica ao governo Bolsonaro.
Antes de divulgar a lista com os nomes, Renan explicou o porquê dessa reclassificação. "Porque acentuam um momento importante da investigação. Segundo, em português claro, significa dizer que, em relação a essas pessoas, contra as quais já acessamos provas, indícios, nós precisamos mudar o patamar da própria investigação, transformando-os em investigados. Isso é bom para a investigação e é bom também para a segurança jurídica do próprio investigado, porque a partir da declaração desta condição, ele passa a ter direito a informações e acesso as provas e indícios que estão sendo juntados na investigação".
Ele também explicou que a condição de investigado dificulta o depoimento. Por conta disso, a comissão decidiu reclassificar de testemunha para investigado aquelas pessoas que já prestaram depoimento.
Por fim, o relator da CPI da Covid anunciou uma lista de 14 pessoas que passarão à condição de investigados. Confira:
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde
Ernesto Araújo, ex-ministro de Relações Exteriores
Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência
Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde
Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina
Paolo Zanotto, virologista defensor da cloroquina
Carlos Wizard, empresário
Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência
Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização
Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do AM
Elcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde
Hélio Angotti Neto, secretário do Ministério da Saúde
Luciano Dias Azevedo, anestesista da Marinha apontado como autor de proposta para alterar a bula da cloroquina
A partir de agora, como investigados, eles podem ser alvos de medidas mais severas, como busca e apreensão.
Cabe a Renan Calheiros como relator, ao final dos trabalhos, elaborar um parecer e encaminhar ao Ministério Público eventuais pedidos de indiciamento.
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