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Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que não votaria "nunca mais" no presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ex-líder do governo na Câmara, a parlamentar rompeu com o bolsonarismo em 2019 e se juntou à oposição nesta quarta para protocolar um pedido de 'superimpeachment' contra o presidente.

Na coletiva de imprensa dedicada à apresentação do pedido, ela fez duras críticas ao governo federal, que classificou como "o pior da história", e expressou arrependimento por ter apoiado a eleição de Bolsonaro. "Eu fui a primeira da direita - e fui líder desse ogro, desse monstro -, fui a primeira da direita a sair quando a popularidade dele estava aqui [alta]. [...] Fiz um discurso dia desses pedindo perdão ao país e ao meu estado de São Paulo por ter ajudado essa eleição", afirmou. 

"Nunca mais, mas nem com uma arma na cabeça, esse homem leva um voto meu", completou a deputada, enfática. 

Joice mencionou o episódio em que Bolsonaro tirou a máscara de uma criança no Rio Grande do Norte e citou o levantamento que concluiu que distanciamento, máscaras e testes teriam evitado 200 mil mortes por Covid-19 no Brasil. Ela comparou o número ao das vítimas das bombas de Hiroshima e Nagasaki: "[Bolsonaro] 'jogou duas bombas' no nosso país. Ele matou pessoas".  

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Para ela, que discursou ao lado de figuras de esquerda como a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, a urgência do pedido de impeachment supera as diferenças ideológicas. "Bolsonaro conseguiu fazer em dois anos e meio o pior governo da história desse país. Não se trata de uma questão ideológica, se trata do nosso Brasil", completou.

Outro ex-aliado de Bolsonaro, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), engrossou o coro sobre o caráter suprapartidário do pedido. Segundo o parlamentar, que afirmou que "em condições normais" ele e lideranças de esquerda não estariam no mesmo fórum de debate, o momento é "histórico". 

"É algo maior que existe aqui. O que está sendo protocolado é algo histórico que está sendo feito, com todos os pedidos de impeachment que foram protocolados contra o presidente criminoso, corrupto, Jair Messias Bolsonaro. Justamente por isso é uma causa suprapartidária e supra-ideológica. É uma questão de princípios, de valores, de moral", afirmou Kataguiri.

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O documento, que pede a responsabilização do presidente do descontrole do combate à pandemia da Covid-19, foi redigido por um grupo de juristas. Este é o 123º pedido de impeachment apresentado na Câmara contra Bolsonaro.