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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Edilson Rodrigues/Agência Senado

O PSDB desmentiu nesta quinta (8) a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o tucano Aécio Neves teria vencido a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014. Sem apresentar provas, Bolsonaro afirmou à Rádio Guaíba na última quarta (7) que houve fraude na eleição e que o verdadeiro vencedor teria sido Neves.

"O PSDB considera as eleições de 2014 limpas e confia nas urnas eletrônicas. Estará sempre na defesa da democracia", publicou o partido em uma rede social. 

De acordo com a publicação, o presidente lança dúvidas sobre a o processo eleitoral porque teme não conseguir a reeleição ao Planalto em 2022: "O jogo de Bolsonaro é claro. No risco de perder as próximas eleições, alega fraude - sem evidências, sem apresentar provas. Flerta com um extremo minoritário", diz o PSDB.

A fala de Bolsonaro também foi rebatida nesta quinta (8) pelo vice de Neves na chapa que concorreu em 2014, Aloysio Nunes. "A eleição foi limpa, nós perdemos porque faltou voto", afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. 

Leia também: "Ou fazemos eleições limpas ano que vem, ou não teremos eleições", declara Bolsonaro

À época, o partido do então candidato Aécio Neves solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido de auditoria para verificar a lisura do pleito que elegeu a petista. O objetivo, segundo o requerimento enviado ao tribunal, era de "não permitir que a credibilidade do processo eleitoral seja colocada em dúvida pelo cidadão brasileiro". 

Um ano depois, em outubro de 2015, a auditoria concluiu que não houve fraude na eleição

Ataques ao sistema eleitoral 

Defensor do chamado "voto impresso auditável", Bolsonaro já fez outras afirmações que colocam em dúvida o sistema que o elegeu. Nesta quinta (8), em conversa com apoiadores, ameaçou: "Eleições, ano que vem, serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil, ou não teremos eleições".

No início de julho, Bolsonaro afirmou em uma live que só entregará faixa presidencial para quem ganhar as eleições "de forma limpa". Ele classificou o sistema vigente como "fraudável". "Não vou admitir um sistema fraudável de eleições. Não podemos enfrentar eleições com essa urna que está aí, que não é aceita em país nenhum no mundo. Ninguém aceita esse negócio", disse.

"Vamos para o voto auditável. Esse voto aí não vai dar certo, vamos ter convulsão no Brasil. Nós vamos ter problemas seríssimos no Brasil. Estou fazendo tudo avisando com antecedência para evitar isso aí", continuou.

O voto na urna eletrônica, porém, já é auditável, segundo o presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso. 

Em uma coletiva de imprensa em junho, Barroso afirmou que retornar ao sistema de voto impresso pode apresentar risco à democracia: “Ninguém ache que se está criando um novo mecanismo de auditoria. Está se criando um argumento para potencializar o risco de fraude”. 

Bolsonaro também questionou a segurança até mesmo das eleições de 2018, que o levaram ao Planalto. Em maio de 2020, ele afirmou que divulgaria a comprovação, que até hoje não foi apresentada, de que foi eleito em primeiro turno. “Pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu fui eleito no primeiro turno, mas, no meu entender, teve fraude. E nós temos não apenas palavra, temos comprovado, brevemente quero mostrar", disse.