Nesta quarta-feira (22), a CPI da Covid ouve Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da empresa de plano de saúde Prevent Senior. O depoimento está marcado para as 9h30.
Inicialmente, Batista Júnior seria ouvido na última quinta-feira (16). Entretanto, informou, por nota, que o e-mail de convocação havia chegado apenas no fim da quarta-feira (15), e portanto, não houve tempo hábil para viabilizar seu comparecimento. Na semana passada, o diretor-executivo da Prevent Senior obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de não responder a perguntas dos senadores que possam incriminá-lo.
O objetivo da comissão do Senado é investigar a empresa sobre uma suposta pressão para que os médicos conveniados prescrevessem medicamentos do chamado 'kit Covid', sem eficácia e segurança comprovada, além de denúncias de pacientes da operadora, que teriam sido assediados para aceitar o tratamento precoce.
O requerimento para convocação do depoente é de autoria do senador Humberto Costa (PT-PE). O parlamentar ressalta que a aquisição, distribuição e indução ao uso dos medicamentos como a cloroquina e a hidroxicloroquina, “que compõem com outros medicamentos o chamado 'kit Covid' e a terapêutica do ‘tratamento precoce’ eleita pelo governo federal como política pública para enfrentamento da Covid-19, por diretriz do presidente Jair Bolsonaro, revelam inadequado investimento de recursos públicos em medida sanitária desprovida de respaldo científico”.
De acordo com o parlamentar, que trouxe o caso para conhecimento do colegiado, a denúncia é objeto de avaliação no Tribunal de Contas da União (TCU), no âmbito de processo que está sendo movido por um grupo de profissionais médicos ligados à empresa.
Segundo Humberto Costa, diversos usuários da Prevent Senior têm procurado os membros da CPI para denunciar essa política. Sem fazer referência ao nome do denunciante, o senador cita no requerimento uma dessas mensagens:
“Minha companheira testou positivo ontem e ao passar pela consulta o médico disse que era protocolo da empresa oferecer o kit. Ela recusou. Mais tarde, em casa, recebeu um telefonema de um funcionário insistindo para que ela aceitasse tomar o kit com cloroquina, porque era o único remédio para isso, e que se a doença ficasse pior, não tinha o que fazer, a não ser entubar”, diz mensagem inserida no requerimento do senador.
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