Os sobreviventes de abusos sexuais cometidos por trabalhadores humanitários da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante o surto de ebola na República Democrática do Congo, em 2018, devem receber uma reparação “substantiva”.
Em um relatório publicado esta terça-feira (28), uma comissão independente encontrou 21 supostos autores de abusos graves, revelados em meio a entrevistas de 75 vítimas com idades entre 13 e 43 anos, funcionários da OMS, ONU e outras organizações não governamentais. No inquérito, foram revelados 29 casos de gravidez, com algumas mulheres sendo obrigadas a abortar por vontade de seus agressores.
Em nota, a OMS já havia declarado que o diretor-geral, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, “iniciou uma revisão completa das alegações específicas, bem como questões de proteção mais amplas em ambientes de resposta a emergências de saúde”. Além disso, a OMS afirmou que tem uma “política de tolerância zero em relação à exploração e abuso sexual”.
A equipe de revisão da comissão independente acrescentou que se reuniu com vários funcionários da organização, incluindo o diretor-geral, Dr. Tedros Ghebreyesus, o diretor executivo de emergências de saúde, Dr. Michael Ryan e a diretora do escritório regional para a África, Dra. Matshidiso Moeti.
A Dra. Moeti afirmou que nunca foi notificada sobre nenhum incidente de exploração sexual ou abuso. O inquérito concluiu que nenhum deles desempenhou funções operacionais nos casos. “Portanto, só podem ser avaliadas suas responsabilidades em relação à gestão dos incidentes de exploração e abuso sexual se tivessem conhecimento deles e dessem instruções ao contrário para abrir um inquérito”, concluiu o relatório.
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