Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, Vinícius Amaral, brasileiro que mora na Rússia, falou sobre a situação do país após o ataque do exército à Ucrânia. "Percebo as pessoas com mais medo de sair às ruas, as coisas ficando cada vez mais caras e fica aquela incerteza no ar do dia seguinte", disse o estudante de 23 anos.
Vinícius reside na cidade de Kursk, que fica há 532 quilômetros da capital Moscou e há 504 quilômetros de Kiev, capital ucraniana. "No momento, eu percebo a minha região até tranquila, mesmo estando próxima ao conflito, porém os estrangeiros estão desesperados porque não sabem o que fazer", relata o jovem.
"Em uma noite, começamos a ouvir caças militares e você pode ouvir o dia inteiro eles passando. Isso causa um certo receio e um estado alerta", conta Vinícius. Ele também destaca que a maioria das pessoas com quem convive na Rússia são contrárias às investidas militares autorizadas por Vladimir Putin, mas "existe uma minoria que pensa e acredita no movimento separatista".
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Por mais que muitos russos entendem que sua nação está do "lado certo", os mais ponderados "lamentam muito o que está acontecendo", aponta o estudante. Ele completa que "existe um medo local. Quem nega isso é porque não está lendo as noticias ou ouvindo os caças."
Dentre os diversos problemas, Vinícius também destaca a dificuldade de falar com a Embaixada do Brasil em Moscou. Segundo o jovem, as ligações não são atendidas e os e-mails não são correspondidos. "Eles não respondem", afirmou. "A gente realmente está às cegas", conclui o estudante.
Em parecer enviado ao site da TV Cultura, a embaixada ressalta que seus canais de atendimento "estão à disposição e em pleno funcionamento. Também disponibilizamos em nossa página na internet as informações e orientações mais recentes."
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