Desde o início da invasão russa ao território ucraniano, ainda em fevereiro, Moscou e Vladimir Putin sofreram diversas sanções econômicas por parte de países membros da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), por exemplo. Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, um estudante brasileiro que atualmente reside na Rússia falou sobre como sua vida foi impactada com o conflito no leste europeu.
“Quando as sanções chegaram, nós achávamos que a vida aqui seria complicada, porém foi difícil apenas nos primeiros dias, por conta das adaptações. Depois, conseguimos ter uma vida normal. Muitas lojas estão fechadas, mas não é nada de consumo primário, então é algo que dá para viver sem”, contou Vinícius Amaral. Atualmente, ele mora em Kursk, que fica a 532 quilômetros da capital russa e a 504 quilômetros da capital ucraniana.
Para o estudante de 23 anos, a atividade mais afetada foi a “entrada e saída”, situação que ele caracterizou como “bem difícil”. “Os aeroportos que fazem voos nacionais estão voltando agora a funcionar, então se eu quisesse sair da minha cidade para a capital demoraria no mínimo cinco horas. Poucos voos saindo e entrando na Rússia. Não sabemos quando vai voltar ao normal”, completou Vinícius.
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Ao comentar sobre a economia local, o brasileiro lembrou que a eventual desvalorização da moeda russa foi “excelente” para os estrangeiros. “Para os russos também está sendo maravilhoso, porque está acontecendo uma valorização da mercadoria local”, ressaltou. Atualmente, o Rublo (₽) vale R$ 0,066. O morador da Rússia lembrou que “Putin preparou o país para isso, para este isolamento comercial.”
Vinícius também abordou a relação dos locais com o líder do Kremlin. “Os russos idolatram o Putin como se ele fosse um herói nacional. Ele realmente melhorou muito a vida dos russos, então achar pessoas que falam mal dele ou que não querem ele de novo como presidente é muito difícil. As pessoas compram souvenires com o rosto dele”, disse. “Como todo presidente, ele tem sim sua taxa de rejeição, porém eu vejo que é muito baixa e se concentra mais entre os jovens”, concluiu.
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