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Empresário relata à PF que pastor pediu R$100 mil como "colaboração"

Parecer do MP mostra ainda que parte desse dinheiro foi para ex-executivo do Ministério da Educação


23/06/2022 16h28

Investigações sobre eventuais irregularidades no Ministério da Educação mostram, segundo a Polícia Federal (PF), que o pastor Arilton Moura pediu R$100 mil a um empresário em troca da realização de um suposto evento no interior de São Paulo.

Milton Ribeiro, ex-ministro da educação, e os pastores foram presos nesta quarta-feira (22). A suspeita é que esses líderes influenciavam a liberação de recursos do Ministério. Nesta quinta-feira (24), o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), derrubou a decisão e mandou soltar os investigados. 

Leia também: Juiz que decretou prisão de Milton Ribeiro diz estar sofrendo ameaças

Arilton Moura é um dos pastores presos em operação da Polícia nesta quarta-feira e o outro é Gilmar dos Santos. Os dois são investigados por denúncias de aproveitarem o livre trânsito que têm no MEC para pedir propina em troca de liberação da verba e investimentos da pasta.

O material da Polícia Federal sobre os relatos do empresário José Brito, de Piracicaba, estão em um parecer do Ministério Público Federal. 

Entenda o caso

Na reunião com Milton Ribeiro, o empresário Brito relata que conseguiu um compromisso de realização do evento do MEC na cidade de Nova Odessa (SP), do então ministro. O evento ocorreu em agosto do ano passado. Essas organizações feitas pelo ministério são disputadas por municípios por serem um jeito de atrair investimentos do governo.

Depois da reunião com ministro, Brito foi procurado pelo pastor Arilton Moura para solicitar a emissão de passagens aéreas para sua comitiva ir para Nova Odessa e, a título de "colaboração", a quantia de R$100 mil.

Segundo a PF, desse montante, o ex-gerente da Secretaria-Executiva da pasta, Luciano Musse, recebeu R$20 mil. Outros R$30 mil foram repassados para o ex-assessor da prefeitura de Goiânia Hélder Bartolomeu, que também foi preso na quarta (22). No parecer do MPF, não consta menção sobre os outros R$ 50 mil.

O empresário entregou nota fiscal emitida pela prefeitura de Piracicaba (SP), na qual constam reservas de passagens de avião nos nomes de Gilmar, Arilton, Luciano e Helder.

Leia também: Ex-ministro Milton Ribeiro é solto e deixa Polícia Federal em São Paulo

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