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Recentemente, casos de assédio sexual e estupro vieram à tona na área da saúde e ganharam repercussão no país, como é o caso do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, 31. Ele foi preso em flagrante por estuprar grávida durante parto e indiciado na última quarta-feira (20) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro pelo crime de estupro de vulnerável.

“Nós repudiamos com as nossas maiores forças situações como essa, mas eu não quero perder a consciência de que isso não representa o que a imensa maioria dos médicos faz”, declara César Eduardo Fernandes, médico ginecologista e presidente da Associação Médica Brasileira (AMB).

Até hoje, uma parcela dos pacientes não sabem como solicitar ajuda em situações como essa, e muitas vezes por medo de não acreditarem em sua palavra deixam de denunciar o crime. Conheça a seguir o que pode ou não acontecer durante uma consulta médica:

O especialista destaca que é necessário que o médico explique todos e quaisquer procedimentos que acontecerão, além de pedir permissão para examinar, e só ao receber o consentimento da paciente, a ação poderá ser realizada. “Se ela perceber algo que não está entendendo ou que não foi descrito, tem todo o direito de perguntar. Nenhum médico tem o direito de se ofender com a pergunta. Ele tem que estar pronto para responder qualquer questionamento em qualquer circunstância”, explica.

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A ginecologista e obstetra Camila Ramos explica que durante o procedimento, luvas e um espéculo vaginal - instrumento que possibilita ao médico enxergar, e examinar o interior de uma cavidade do paciente - são utilizados. “Qualquer coisa que fuja disso, deve ser um alerta”. Ao sofrer algum tipo de assédio ou violência, a vítima deve realizar uma denúncia ao órgão regulador dos médicos, o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Ela ainda declara que durante uma consulta médica “os seios devem ser apalpados com o intuito de procurar nódulos ou lesões, já o mamilo deve passar por avaliação em busca de alguma secreção. O toque vaginal pode ser necessário em algumas situações, como em gestantes, para avaliar o colo ou em dor pélvica, para verificar a dor e a mobilização do colo ou massas pélvicas”.

De acordo com a ginecologista, a presença de um enfermeiro ou enfermeira durante a realização de exames laboratoriais não é obrigatória, porém o paciente pode solicitar, e em casos em que o ginecologista é homem há a recomendação.

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Ao falar sobre a área da odontologia, Marcus Heleno, cirurgião bucomaxilofacial e Imortal da Academia de Odontologia do Estado do Rio de Janeiro, pontua que antes de qualquer prescrição o especialista deve informar qual medicamento será ministrado, a dosagem e para que serve, sendo este um protocolo medicamentoso de rotina hospitalar, mas que também deve ser seguido em caso de administração pelo profissional.

“Na área da odontologia são raros os procedimentos onde o paciente necessite ficar desacordado, salvo em âmbito hospitalar, mas em alguns casos de sedação, como por exemplo, com óxido nitroso, recomenda-se a presença de um acompanhante. Somente é obrigatório em casos de pacientes menores de idade e com deficiência intelectual, onde os procedimentos necessitam da autorização de um representante”, diz.

Por fim, acentua que a área de atuação do cirurgião dentista se delimita na área de cabeça e pescoço, e que não tem autorização para solicitar que o paciente retire a roupa para ver alguma lesão associada a doenças da cavidade bucal, como é o caso da sífilis, HIV, Covid-19 etc. “Não existe autorização para o cirurgião dentista solicitar a remoção das vestes do paciente, a não ser que as mesmas (por exemplo, braços e pernas) já estejam expostas, e nesse caso, o exame para fechar diagnóstico possa ser solicitado”, expõe Marcus.

Por trás da anestesia

O processo anestésico se inicia durante o primeiro contato com o paciente, no qual abordam todas as dúvidas, explica-se o procedimento, realiza-se avaliação de saúde, histórico e medicações de uso contínuo, tudo que seja de interesse para o procedimento.

Já no local cirúrgico após aplicar a anestesia indicada, o anestesista fica atento a qualquer alteração que possa ocorrer, como pressão, saturação, arritmias, entre outros. As doses devem ser ajustadas conforme os tempos cirúrgicos. O medicamento e a quantidade ficam registrados na ficha de anestesia e o paciente pode ter acesso ao solicitar a cópia do prontuário.

Em entrevista exclusiva ao site da TV Cultura, o médico anestesiologista e tricologista Dr. Ronaldo Borges, revela que saber escolher a equipe que irá participar de uma operação é fundamental e que “a chave está na relação médico-paciente que deve ser de total confiança”.

“Ao conversar e não se sentir seguro devido a alguma impressão passada ou falta de interesse ao saber mais do paciente pode ser um sinal para não realizar a anestesia. Deve-se ter total confiança no médico anestesiologista, pois a vida do paciente literalmente fica nas nossas mãos”.

De acordo com ele, a presença de outro especialista durante a aplicação do medicamento não é obrigatória, apesar do profissional poder trabalhar em dupla com outro anestesista.