Um estudo preliminar feito pela organização Repórteres Sem Fronteiras mostrou que, desde as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, foram registrados 62 casos de ataques contra profissionais de imprensa na Amazônia.
A informação foi divulgada durante encontro de associações de jornalismo com organizações de defesa da liberdade de imprensa se reuniram na sede do Instituto Vladimir Herzog nesta segunda (5). O evento marca um ano da morte dos dois e serve para cobrar políticas efetivas de proteção de jornalistas e defensores de direitos humanos.
Entre os ataques contra jornalistas na Amazônia, 40 foram contra homens, 18 contra mulheres e quatro foram envolvendo equipes. Em 13 casos, houve agressão física.
As informações divulgadas pela organização Repórteres Sem Fronteiras faz parte do Observatório de Violações da Liberdade de Imprensa na Amazônia.
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Os ataques também incluem cinco ameaças de morte, três atentados a sedes de veículos e quatro processos judiciais abusivos com decisões arbitrárias contra jornalistas.
"O perfil dos autores é de manifestantes de extrema-direita. As agressões aconteceram na Amazônia Legal e envolvem políticos, crime organizado, empresas de mineração, garimpo e até turismo", explicou Artur Romeu, da Repórteres Sem Fronteiras.
Bruno e Dom foram mortos no dia 5 de junho de 2022, quando viajavam, de barco, pela região do Vale do Javari, área da segunda maior reserva indígena do país e que abriga o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo, localizada no Amazonas.
Eles foram vistos pela última vez enquanto se deslocavam da comunidade São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, onde se reuniriam com lideranças indígenas e de comunidades ribeirinhas. Os corpos foram resgatados 10 dias depois, enterrados em uma região de mata fechada.
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