Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que o número de idosos dependentes de celular e outros aparelhos eletrônicas está crescendo no Brasil.
A nomofobia, nome dado a quem é dependente dos aparelhos eletrônicos, já é uma realidade entre adolescentes e jovens adultos.
“É um evento que a gente não esperava encontrar, por exemplo, na população idosa. A gente está habituado a encontrar normalmente em adolescentes, adultos jovens, os adultos emergentes. Então, quando a gente conseguiu perceber esses resultados nos idosos, nós fomos tentar entender por que que é que eles estão desenvolvendo isso”, explica a terapeuta Maria Santos.
Os pesquisadores da UFMG concluíram que a falta do celular gera medo e gera diversos sintomas, como ansiedade, irritabilidade e desconforto, na população idosa.
“A nomofobia, por si só, não é considerada um transtorno psiquiátrico ou uma doença. Mas ela pode ser, por sua própria descrição, um sintoma de algo maior, que é um uso exagerado ou uma dependência. E quando qualquer dependência se instala, ela passa a dominar a vida do usuário e passa a ganhar espaço de outras atividades que deveriam ser relevantes”, afirma Rodrigo Machado, psiquiatra da USP.
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A pandemia foi um dos gatilhos para a nomofobia entre os idosos, que se viram obrigados a entrar na era digital para manter relações sociais, inclusive família.
“Hoje, a importância de resolver vários problemas sem sair de casa. Os principais, para mim, é o aplicativo do banco e também o WhatsApp”, disse o aposentado Jesus de Paula Santos.
O vício traz riscos à saúde mental, ainda mais em um público que já sofre com a solidão. Segundo o IBGE, a terceira idade é a faixa etária que mais tem depressão no Brasil.
Por outro lado, o estudo da universidade federal também apontou que o uso do celular também pode ser benéfico para comunicação, autonomia e diversão. Outro ponto da pesquisa mostrou que a tela do computador pode ser aliada do aprendizado.
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“Todos os pilares da alimentação, sono, atividade física, socialização, estudo, todos eles são igualmente relevantes e a gente precisa nutrir eles como se fosse uma plantinha. Se a gente desnutre um deles em função do uso da tecnologia, isso pode, no longo prazo, trazer consequências negativas”, finaliza Machado.
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