O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chamou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “incompetente” e se referiu ao petista como um “desafeto”. A declaração aconteceu nesta quinta-feira (11) durante agenda em uma feira agroindustrial na cidade de Londrina, no norte do Paraná.
Lira foi questionado foi questionado sobre a votação na Câmara que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, e sobre um possível enfraquecimento da liderança do deputado na Casa.
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"Essa notícia foi vazada do governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização [na análise da prisão de Brazão]. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver [com influência]", disse Lira.
“É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os poderes fiquem implantando essas mentiras, essas notícias falsas que incomodam o parlamento. E depois, quando o parlamento reage, acham ruim”, completou
Segundo Lira, a prisão de Chiquinho Brazão não influencia em outras votações na Casa e na eleição do seu sucessor na Câmara dos Deputados.
Após a declaração de Arthur Lira, Padilha compartilhou em uma rede social um vídeo em que Lula faz elogios ao seu trabalho à frente da articulação do governo com o Congresso.
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"Agradecemos [a Lula] e estendemos esse reconhecimento de competência ao conjunto dos ministros e aos líderes, vice-líderes e ao conjunto do Congresso, sem os quais não teríamos alcançado os resultados elogiados pelo presidente Lula", afirmou.
Votação na Câmara
A Câmara dos Deputados decidiu na quarta-feira (10) manter a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O parlamentar é acusado de ser um dos mandantes da execução da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).
Ao todo, 277 deputados votaram a favor e 129 votaram contra, além de 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para manter a prisão, a maioria absoluta dos membros da Câmara
Chiquinho e o irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, foram presos em março pela Polícia Federal sob a suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em 2018.
A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e referendada pela 1ª Turma da Corte.
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