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Flickr/Governo do Estado do Rio Grande do Sul | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Flickr/Governo do Estado do Rio Grande do Sul | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres apontam que o número de reconhecimentos federais de situações de emergência por conta de desastres naturais aumentou 84% nos últimos 10 anos.

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Em entrevista ao site da TV Cultura, o professor Alexander Turra, especialista em mudanças climáticas da USP e membro da UNESCO sobre sustentabilidade, aborda os impactos cada vez mais evidentes das mudanças climáticas no Brasil. Turra alerta sobre os desafios iminentes e a necessidade urgente de ações coordenadas para mitigar os danos futuros.

"As mudanças climáticas causam intensificação de fenômenos como oscilações entre períodos chuvosos e secos, potencializando eventos extremos”, afirma Turra.

O professor destaca que as mudanças climáticas têm exacerbado fenômenos climáticos já existentes, resultando em períodos mais intensos de chuvas e secas. Ele enfatiza que eventos como El Niño e La Niña no Oceano Pacífico têm sido intensificados, o que impacta diretamente o clima brasileiro, aumentando a ocorrência de ondas de calor que podem ter efeitos devastadores.

Questionado sobre a possibilidade de expansão dos desastres climáticos para outras regiões do país, Turra explica que esses eventos extremos estão se tornando mais frequentes e severos. O recente exemplo no Rio Grande do Sul ilustra como chuvas intensas podem causar danos significativos, influenciadas por diferentes padrões climáticos regionais.

“Isso que aconteceu no Rio Grande do Sul agora, pode acontecer em outras regiões. Essa chuva intensa pode ir variando de lugar para lugar e causar outros prejuízos em outros locais”, conta.

Responsabilidade individual e coletiva

Alexander alerta sobre os possíveis cenários negativos caso nenhuma ação significativa seja tomada. Ele enfatizou a necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono e implementar estratégias para sequestro de carbono, como o replantio de florestas, para garantir a segurança hídrica.

O professor ressalta também que, tanto indivíduos quanto a sociedade como um todo têm um papel crucial a desempenhar na luta contra as mudanças climáticas.

“Temos que pensar coletivamente e individualmente. O papel das pessoas vai nos dois sentidos. Nós temos ações individuais que têm a ver com as atitudes que a gente faz. Pode parecer pouco, mas no conjunto é muito”, afirma.

Ações para o futuro

Olhando para o futuro, Alexander Turra demonstra preocupações sérias caso medidas concretas não sejam tomadas: "em 10 anos, sem ações decisivas, enfrentaremos uma perda contínua de biodiversidade e um agravamento das injustiças sociais e ambientais. Grupos vulneráveis, especialmente comunidades de baixa renda e minorias étnicas, serão os mais afetados."

Ele alerta sobre os riscos do chamado "racismo ambiental", onde as comunidades mais marginalizadas são desproporcionalmente impactadas pelos efeitos das mudanças climáticas e da destruição ambiental.

"Estamos diante de uma verdadeira emergência climática", conclui. "A ação é urgente e necessária em todos os níveis: individual, coletivo e político."

Portanto, enquanto o mundo se adapta às crescentes demandas ambientais e climáticas, o Brasil, com sua vasta riqueza natural e cultural, está em uma posição única para liderar essa transição crucial. A implementação de políticas sustentáveis não é apenas uma escolha, mas uma necessidade para garantir um futuro para todos os brasileiros e para o planeta como um todo.

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