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Dominique Pelicot foi condenado à pena máxima de 20 anos de prisão pela Justiça da França nesta quinta-feira (19).

O francês foi acusado de drogar a ex-mulher para estuprá-la com estranhos ao longo de uma década, enquanto ela encontrava-se inconsciente. O julgamento ganhou repercussão internacional após a vítima, Gisèle Pelicot, tornar o caso público.

Ele foi considerado culpado em todos os crimes pelos quais foi processado. O homem era acusado de estupro agravado, além de outros crimes relacionados, como ter sedado a esposa, tê-la entregado a dezenas de homens para estupros filmados, e também por ter filmado sua filha, Caroline Daian, e sua enteada nuas.

Todos os outros 50 réus também foram considerados culpados pelo tribunal francês. As condenações anunciadas para esses homens variaram entre três e 15 anos, abaixo dos pedidos feitos pelo Ministério Público, em média. Não houve nenhuma absolvição.

Após o veredito, a advogada de Dominique Pelicot, Beatrice Zavarro, afirmou que ele considera recorrer da condenação. Assim como os outros homens, ele tem 10 dias para apresentar recurso à Justiça.

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Gisèle Pelicot, que exigiu um julgamento público para "fazer a vergonha mudar de lado", falou com a imprensa na saída do tribunal e agradeceu quem a apoiou durante o processo: "Confio em encontrar um futuro melhor, em que homens e mulheres consigam conviver com respeito mútuo”.

Entenda o caso

O réu e a vítima foram casados por 50 anos. Ela só descobriu os estupros após o agora ex-marido ser preso em 2020 por ter importunado sexualmente três mulheres em um mercado. À época, a polícia mostrou para ela fotos e vídeos encontrados no computador dele, nos quais ela aparecia sendo estuprada por diferentes homens.

Ao longo dos três meses e meio de audiência, ele confessou o crime e pediu perdão à família. Os outros envolvidos também prestaram depoimento e alguns, inclusive, negaram o estupro, afirmando que achavam que estavam participando de um jogo sexual consensual orquestrado pelo casal e argumentando que não era estupro se o marido aprovasse.

Pelicot, por sua vez, negou ter enganado os homens, que vinham de todas as esferas da vida, relatando que sabiam que sua agora ex-esposa estava inconsciente. O processo ainda aponta que ele participava dos estupros e filmava os crimes, sem pedir dinheiro em troca.

Ao longo de 10 anos, mais de 70 homens com idades entre 21 e 68 anos participaram dos estupros. Destes, 22 não foram identificados. No total, as penas dos 51 cidadãos somam 428 anos de prisão, segundo a agência AFP.

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