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Reprodução/X @rodrigofnogueira
Reprodução/X @rodrigofnogueira

O brasileiro Rodrigo Nogueira, especialista em inteligência artificial (IA), teve seu visto negado nos Estados Unidos (EUA), no dia 12 de março, e não conseguiu entrar no país. Nogueira daria uma palestra na Universidade de Harvard no dia 18 de abril.

Engenheiro elétrico, Rodrigo é CEO e fundador da “Maritaca AI”, software especialista em modelos de linguagem, como o ChatGPT. Para o especialista, sua ida aos EUA foi vetada por conta da atuação em inteligência artificial, área que tem representado uma disputa global entre as principais potências do mundo.

Em publicação no LinkedIn, o CEO afirmou que estava bem preparado para a entrevista de renovação do visto, já que morou seis anos nos EUA e tinha que repetir o mesmo procedimento todo ano. No entanto, desta vez, o consulado havia ficado “particularmente interessado” em sua pesquisa e pediram sua tese de doutorado, artigos publicados e outros documentos. “Ficaram ainda mais interessados com minha viagem para Taiwan dois anos atrás, para apresentar um artigo e dar uma palestra em uma conferência”, diz.

Em entrevista ao Estadão, Rodrigo disse que estava tudo normal na sua conversa com o consulado, em 27 de fevereiro, até comentar que trabalhava com inteligência artificial e de sua viagem à Taiwan. “Parece que chegou uma nuvem de chuva na conversa”. “No dia 10 de março, o consulado me pediu o currículo completo, uma cópia da minha tese nos EUA, cópias de todos os artigos que já publiquei e o histórico de viagens”, complementa.

No dia 12 de março, Nogueira recebeu uma comunicação de visto negado e que não poderia se candidatar a um novo pelos próximos 12 meses. O veto ocorreu sob a sessão 221 (g), que afirma que, embora o visto tenha sido recusado, os documentos permanecem sob análise, o que pode reverter a decisão inicial. Porém, o consulado não estabelece quando ou se vai oferecer uma nova resposta.

“Acho que se eu trabalhasse com marketing, por exemplo, e tivesse ido a Taiwan, não haveria problema. Mas a viagem mais a atuação em IA pode ter pesado”, explica o CEO. Ele acredita que algumas postagens que faz no LinkedIn também contribuíram para o veto; Nogueira defende que o Brasil tenha a sua própria IA para não depender de outras nações.

A Maritaca AI seria assunto de sua palestra no painel “Inteligência Artificial no Brasil”, organizado em Harvard por professores brasileiros da instituição. O evento é apoiado pelo Centro de Desenvolvimento Internacional de Harvard, Centro de Pesquisa em Computação e Sociedade de Harvard e outros órgãos envolvidos no tema de pesquisa. A princípio, o evento será online depois do ocorrido, mas Nogueira pensa em “não participar em protesto”.

A IA de Nogueira foi fundada em 2022 e possui mais de 100 clientes no Brasil, como o JusBrasil, que usa o sistema para ajudar em tarefas rotineiras de advogados. O software tem a proposta de ser uma “Open AI brasileira” que adapta e ajusta para o português brasileiro grandes modelos de linguagem. Um dos modelos da startup é o Sabiá, que sustenta o chatbot MariTalk.

Em notas enviadas ao Estadão, a embaixada americana no Brasil e o consulado dos EUA em São Paulo informaram que não vão se pronunciar sobre o caso "por política do governo dos Estados Unidos, não comentamos sobre casos individuais de visto”.


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