Uma nova pesquisa aponta que o grupo terrorista Hamas retirou, silenciosamente, inúmeras mortes do balanço divulgado de vítimas do conflito na Faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Daily Telegraph.
Salo Aizenberg, da organização sem fins lucrativos Honest Reporting, sediada nos Estados Unidos, afirma que no mês março milhares de cidadãos listados como mortos em 2024 foram retirados da planilha.
"A nova lista de fatalidades do Hamas de março de 2025 silenciosamente retira 3.400 mortes totalmente ‘identificadas’ listadas em seus relatórios de agosto e outubro de 2024 — incluindo 1.080 crianças. Essas "mortes" nunca aconteceram. Os números foram falsificados — de novo", diz.
As listas são divulgadas como PDFs pelo Ministério da Saúde de Gaza, que é administrado pelo Hamas e tem sido citado como uma fonte de dados pela mídia internacional desde o início da guerra.
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Para o autor do relatório Andrew Fox, as exclusões provavelmente se tratam de uma tentativa do Hamas de ‘manter’ a credibilidade: "Há uma explicação razoável de que seus sistemas de computador caíram em novembro de 2023, então tem sido desafiador para eles relatar com precisão, mas as listas são tão pouco confiáveis que a mídia mundial não deveria citá-las como confiáveis".
"O Hamas divulga listas como PDFs, então é mais difícil fazer comparações, mas transferimos nomes para uma planilha do Excel para fazer uma comparação em massa dessa forma", explica.
Fox observa que os dados enfraquecem a alegação de que a maioria das vítimas são civis: "A demografia é a coisa mais importante em tudo isso. Ouvimos as alegações de que cerca de 70% das mortes são de mulheres e crianças, e essas listas, especialmente as mais recentes, mostram que isso é um completo absurdo".
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De acordo com o autor do relatório, cerca de 72% das fatalidades, entre 13 e 55 anos, são de homens, que é a faixa-etária aproximada dos combatentes do grupo terrorista.
“O Ministério da Saúde, operando sob o Hamas, inflou sistematicamente o número de mortos ao não distinguir entre mortes de civis e combatentes, supernotificando fatalidades entre mulheres e crianças e até mesmo incluindo indivíduos que morreram antes do início do conflito”, destaca.
O Hamas afirma que o número de mortes em Gaza desde o início da guerra chega a mais de 50 mil, enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF) dizem que 20 mil combatentes foram mortos, e que busca mitigar baixas de civis.
“A IDF faz grandes esforços para estimar e considerar potenciais danos colaterais civis em seus ataques. A IDF nunca teve, e nunca terá, crianças como alvos deliberados”, afirma em comunicado.
Confira o posicionamento de Rafael Rozenszajn, porta-voz das IDF em português:
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