Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (7), o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias Ferreira, afirmou que o deputado Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo na Câmara, não foi responsável por sua indicação ao cargo na pasta.
Dias confirmou conhecer Barros, mas disse que o responsável por indicá-lo ao cargo no ministério foi o ex-deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR).
Segundo o depoente, seu currículo foi enviado em 2018 ao então deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) – que se tornaria ministro da Saúde no ano seguinte– por Lupion.
O ex-diretor afirma que mantém relação com "diversos parlamentares do estado" do Paraná, onde é servidor concursado.
As afirmações foram dadas em resposta ao relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que iniciou os trabalhos justamente perguntando sobre as relações entre Dias e Barros.
"Uma relação com um parlamentar do estado de origem, de onde eu venho. Eu sou carioca, mas a minha vida é feita no Paraná. Conheço o deputado Ricardo Barros e tenho um relacionamento, como tenho com diversos parlamentares do estado do Paraná", afirmou o ex-diretor.
"Eu recebi um convite do então ainda deputado federal [Luiz] Henrique Mandetta, que recebeu o meu currículo através das mãos do ex deputado federal Abelardo Lupion, com o qual eu trabalhava no Paraná", prosseguiu.
Roberto Dias é ouvido nesta quarta pela CPI porque o policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse que recebeu um pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina AstraZeneca por parte do servidor.
Dias foi exonerado do cargo no Ministério da Saúde após a denúncia. Ele nega a acusação.
Os requerimentos para a convocação foram apresentados pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Otto Alencar (PSD-BA). Nos pedidos, eles pretendem esclarecer também o suposto envolvimento de Roberto Dias em irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.
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