Mais de cinco mil municípios do Brasil foram atingidos por desastres naturais nos últimos dez anos. Isso é o que mostra os dados divulgados nesta quinta-feira (27) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). Esse número corresponde a 93% das cidades do país, que registraram emergência ou estado de calamidade pública devido a tempestades, enxurradas ou alagamentos.
Por conta desses eventos, mais de 2,2 milhões de moradias foram danificadas e mais de 100 mil, completamente destruídas. Segundo o estudo, a quantia representa um impacto direto em mais de 4,2 milhões de pessoas, que ficaram desabrigadas ao deixarem suas casas.
As análises consideraram o período de 2013 a 2022. O ano passado foi o que obteve o pior cenário, com quase 400 mil moradias danificadas ou destruídas.
“O prejuízo em todo o país de danos em habitação, nesse período de 10 anos, ultrapassa R$ 26 bilhões. E os municípios estão praticamente sozinhos, na ponta, para socorrer a população. Não há apoio para prevenção nem investimentos”, afirmou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, em comunicado.
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Regiões mais afetadas
As cidades do Sul somam o maior percentual de casas afetadas (46,79%), enquanto as do Nordeste acumulam a maior perda financeira, de quase R$ 16 bilhões. Confira:
Sul: Casas danificadas: 1 milhão / Casas destruídas: 54 mil
- Prejuízo de R$ 4 bilhões (15,22%)
Nordeste: Casas danificadas: 310 mil / Casas destruídas: 26 mil
- Prejuízo de R$ 16 bilhões (61,05%)
Sudeste: Casas danificadas: 460 mil / Casas destruídas: 12 mil
- Prejuízo de R$ 4,3 bilhões (16,57%)
Norte: Casas danificadas: 357 mil / Casas destruídas: 12 mil
- Prejuízo de R$ 1,7 bilhão (6,7%)
Centro-Oeste: Casas danificadas: 22 mil / Casas destruídas: 1 mil
- Prejuízo de R$ 122,3 mil (0,47%)
*Os valores acima estão aproximados e a quantificação dos prejuízos varia por questões de custos como reconstrução, preços de terreno e do imóvel.
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No comunicado, a CNM destacou que os prejuízos estão concentrados de 2020 a 2022 e que, nesse tempo, houve o aumento da frequência de desastres, afetando de forma mais extensiva as áreas de alto risco com densas ocupações. Além disso, a crise climática e o baixo investimento no setor habitacional também foram apontados como um dos principais fatores que contribuíram para o aumento de ocorrências.
Os registros de desastres e danos, utilizados para a pesquisa, são enviados pelos governos municipais desde 2012 pelo Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID).
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