A CBF e as outras associações que fazem parte da Conmebol assinaram uma carta em que afirmam estar “comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência”.
No documento, os presidentes das entidades reclamam de punições consideradas brandas nos recorrentes casos de racismo em partidas de torneios da Conmebol.
A carta foi redigida após episódios envolvendo clubes brasileiros: na semana passada, Luighi, atacante do Palmeiras, foi alvo de ofensas racistas proferidas por torcedores do Cerro Porteño durante uma partida da Libertadores sub-20. A equipe paraguaia foi punida com multa de US$ 50 mil e jogos com portões fechados.
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A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, chegou a declarar que as equipes brasileiras poderiam deixar de disputar a Libertadores.
Na última segunda-feira (17), antes do sorteio dos grupos da Libertadores, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, afirmou não acreditar na possibilidade da saída dos brasileiros do torneio e completou: “Seria como Tarzan sem a Chita”.
A comparação causou mais uma série de protestos contra o dirigente, como a nota de repúdio que clubes-membros da Libra publicaram nesta quinta-feira (20).
Veja o texto que foi subscrito pelos dez presidentes das associações-membro da Conmebol:
Atos de racismo, discriminação e violência no futebol
Na CONMEBOL estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol.
Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular.
A atuação da CONMEBOL está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e FIFA.
Como parte da nossa política de combate a esse flagelo, além do que já foi exposto trabalhamos em conjunto com o Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).
No último dia 17 de março, nosso Presidente, Sr. Alejandro Domínguez, por ocasião do sorteio da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, comprometeu-se publicamente a convocar as autoridades governamentais e as Associações Membro, a fim de dialogar sobre critérios para enfrentar e perseguir este flagelo.
Consequentemente, no dia 27 de março, a convite da CONMEBOL, os Embaixadores dos dez países sul-americanos que compõem a Confederação e os representantes das Associações Membros se reunirão para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Os resultados desta reunião serão apresentados na reunião do Conselho agendada para 7 de abril.
As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da CONMEBOL, subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos.
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