O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta segunda-feira (25) um pedido de investigação sobre a live em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) associou vacinas da Covid-19 a um risco de contrair Aids.
Na transmissão, que ocorreu na quinta-feira (21), Bolsonaro menciona uma notícia falsa que diz que relatórios oficiais do Reino Unido teriam sugerido que as pessoas totalmente vacinadas estariam desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) "muito mais rápido do que o previsto".
Em nota divulgada no sábado (23), o Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia esclareceu que “não se conhece nenhuma relação” entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de Aids. “Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente”, diz a nota.
O presidente ainda não é investigado formalmente. Agora, cabe à PGR avaliar se há elementos para pedir uma abertura de inquérito para apurar o caso.
Barroso analisa uma ação apresentada por parlamentares do PT, PSOL e PDT que acionaram o Supremo após a associação falsa e sem qualquer respaldo científico.
Na decisão, o ministro pede a manifestação da PGR sobre os fatos narrados durante a live. “Conforme prevê o Art. 230-B do regimento Interno do STF e como de praxe, determino a remessa dos autos à Procuradoria-Geral da República para manifestação”, despachou.
Facebook e YouTube retiraram a live de Bolsonaro do ar, e a plataforma de vídeos do Google ainda aplicou uma punição de uma semana no canal do presidente, na qual ele fica proibido de publicar qualquer vídeo pelos próximos sete dias.
Já o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), diz que vai propor o banimento de Bolsonaro das redes sociais no relatório final da comissão, que será votado nesta terça-feira (26).
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