A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido para suspender a apuração que apura possível interferência da cúpula da Polícia Federal na operação que prendeu Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro.
O pedido foi apresentado pelos advogados de defesa de um dos delegados convocados a prestar depoimento por Bruno Calandrini. Calandrini liderou as investigações envolvendo supostas irregularidades no Ministério da Educação (MEC) quando era comandado por Ribeiro.
Leia mais: Eleitor será impedido de votar caso se recuse a entregar celular a mesário
A ministra avaliou que o pedido era inadequado. “É que se põe em causa nesta ação alegado constrangimento ilegal constante de sindicância em curso contra o paciente na Polícia Federal. O pedido formulado – estranhamente dissociado do alegado constrangimento ilegal do paciente – é no sentido de se buscar o trancamento de um inquérito sobre diversas autoridades, que não o paciente, em curso neste Supremo Tribunal”, escreveu a magistrada.
Relembre o caso
Milton Ribeiro foi preso pela Polícia Federal (PF) no mês passado. De acordo com a PF, a operação “Acesso Pago” tem o objetivo de investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao MEC.
O ex-ministro foi preso por quatro crimes: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
Em uma interceptação telefônica, em 9 de junho, Ribeiro contou à filha que conversou com Bolsonaro e o presidente disse achar que fariam uma busca e apreensão contra o ex-ministro.
O diálogo levou o MPF a apontar que houve indícios de vazamento e "possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Bolsonaro nas investigações".
REDES SOCIAIS