O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que foi ao quarto do ministro da Saúde Marcelo Queiroga após saber que ele estava infectado com Covid-19 e perguntou se ele iria esperar sentir falta de ar antes de procurar um hospital ou se iria usar um "medicamento outro qualquer". A declaração foi feita durante solenidade alusiva aos 1000 dias de governo nesta segunda-feira (27), no Palácio do Planalto.
Em seu discurso, o presidente voltou a colocar em dúvida a eficácia das vacinas e defendeu que sua aplicação não seja obrigatória. Desde o surgimento do primeiro caso durante a viagem presidencial a Nova York, para a Assembleia-Geral da ONU, três ministros tiveram resultado positivo para Covid-19: além de Queiroga, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o Advogado-Geral da União, Bruno Bianco. O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, também estão infectados.
Bolsonaro afirmou que após ficar sabendo do resultado do teste de Queiroga, foi ao quarto do ministro. Lá, o questionou sobre se tinha tomado a vacina. Durante a conversa, o chefe do Executivo questionou o ministro sobre se adotaria o tratamento precoce.
"Não vou falar tudo que conversei com ele. Mas me dirigi a ele e falei o seguinte: Vai seguir o protocolo do Mandetta, esperar sentir falta de ar ou vai partir pro medicamento outro qualquer. Não vou responder o que ele me disse", afirmou.
Logo depois, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a eficácia dos imunizantes, disse que não era "contra a vacina", caso contrário não teria destinado US$ 20 bilhões para sua aquisição. Ao mesmo tempo, contudo, disse que há "uma grande incógnita".
"Tereza Cristina tomou a vacina e está em casa. O Bruno Bianco a mesma coisa. O meu filho, a mesma coisa. Ainda há uma grande incógnita nisso daí. Olha aí, prato feito para a imprensa dizer que eu sou negacionista", pontuou.
"Mas nós respeitamos a liberdade. Por mais que me acusem de atos antidemocráticos, são apenas acusações, ninguém mais do que eu respeita o direito de todos. A vacina não pode ser obrigatória", acrescentou.
Bolsonaro destacou que defende a "liberdade" e voltou a dizer que a vacina não é obrigatória. Entretanto, o presidente vem se colocando contrário à proposta de um "passaporte sanitário", que exija a apresentação do cartão de vacinação para que se frequente alguns lugares.
Leia também: Cerca de 1 milhão de estudantes estão em dívida com o FIES; Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado nesta segunda-feira (27)
REDES SOCIAIS